Abrirei meus braços
hoje, esperando que tudo o que acumulei nesses últimos dias saiam
através de meus dedos.
Tem dias que eu me
sinto como uma árvore.
Meus dedos são folhas e conseguem liberar todo esse veneno que contamina minha
raiz que fica localizada no meu coração.
Não faço
fotossíntese, mas absorvo luz do mesmo jeito.
Queria exalar paz, mas
não achei a química correta em mim.
Enquanto isso eu
espalho meus frutos. Esses nascem num espaço infinito da minha mente
e os transformo em música, poesia e expressão.
Algumas vezes meus
frutos estão murchos e frágeis. Algumas pessoas os pegam e ficam
felizes em saber que todo mundo sem querer produz algo incompleto.
Outras vezes eles
nascem vibrantes e suculentos. Algumas pessoas saboreiam a empatia e
vão embora satisfeitas.
Porém assim como as
árvores reais, eu também tenho o homem como meu maior predador.
Alguns tentam me podar
e acabam fazendo demais, me machucando.
Outros envenenam minha
raiz, tentando me proteger das pragas da vida.
E eu tenho que
continuar firme, mesmo sabendo que existem coisas que eu não posso
me proteger.
E encontro pessoas que
me abraçam sem motivo. Muitas vezes sabendo que eu não irei
retribuir, mas me tratam com carinho. Regam-me com lealdade e passam dias
agradáveis sob a minha sombra.
Algumas dessas pessoas
decidem virar árvore também e logo passamos momentos inesquecíveis
em nossa pequena floresta.
É, acho que um dia
desses as flores irão ser levadas ao vento e talvez eu possa ser
árvore em outro lugar e ser a sombra para outra pessoa. Talvez meus frutos ganhem novos sabores e minha raiz uma fonte límpida para se alimentar.
Tem dias que me sinto árvore...
Nenhum comentário:
Postar um comentário